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Criptorquidia: meninos devem operar até 18 meses de idade

Durante os últimos meses da vida intrauterina, os testículos, que nessa fase são formados no interior do abdômen do menino, devem “descer” para a bolsa testicular (ou escroto), seguindo um caminho que passa pelo canal inguinal.

Quando um ou ambos os testículos ficam parados em algum ponto desse caminho, ocorre a chamada criptorquidia, termo de origem grega: kryptos = escondido, oculto; e orkhis = testículo (mesma origem da palavra orquídea: o filósofo grego Theophrastus, discípulo de Aristóteles, verificou a semelhança entre as raízes de algumas orquídeas e testículos humanos, resultando na denominação dessa família de plantas).

A criptorquidia é uma das anormalidades congênitas mais prevalentes no sexo masculino: sabe-se que afeta de 4 a 5% dos meninos nascidos após tempo completo de gestação e pode alcançar 30% nas crianças prematuras.

Por isso, assim que a criança nasce, o pediatra deve verificar se há ou não presença de criptorquidia. Se os testículos não estiverem localizados no escroto, a conduta é observar a evolução do menino por três meses. Isso porque, em muitos casos, os testículos podem migrar naturalmente nesse período. Caso contrário, é primordial a realização de cirurgia para correção dessa condição, com o objetivo de preservar a função germinativa do paciente. O tratamento cirúrgico deve ser realizado entre 6 a 18 meses de idade.

É interessante destacar que a alteração do percurso dos testículos apresenta relação direta com a fertilidade futura: para que ocorra produção adequada de espermatozoides, os testículos devem permanecer 1 a 1,5 °C abaixo da temperatura corpórea. Isso apenas é possível se estiverem posicionados na bolsa testicular.

Além de reduzir o risco de infertilidade, a cirurgia para criptorquidia visa:
– Diminuir a possibilidade de malignização dos testículos (câncer futuro);
– Prevenir torção do testículo;
– Corrigir hérnia inguinal associada;
– Amenizar o efeito psicológico gerado pelo escroto vazio.

Existe também o tratamento hormonal, que proporciona rápido amadurecimento dos testículos, auxiliando na sua descida para o escroto. Entretanto, esse tipo de terapia alcança resultados efetivos em um pequeno percentual de casos.

Aqui, vale chamar a atenção dos pais e responsáveis: é essencial que o diagnóstico da criptoquirdia seja realizado o mais precocemente possível, promovendo um tratamento mais eficaz e evitando problemas de fertilidade na vida adulta.

Por outro lado, o Estado brasileiro perde a oportunidade de economizar: caso existissem programas de educação para leigos que proporcionassem o diagnóstico precoce e o tratamento correto, gastos posteriores seriam poupados em futuras intervenções bem mais onerosas.

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