Descontrole miccional tem tratamento!
A perda involuntária de urina é uma condição que pode se apresentar em todas as faixas etárias e é bem mais frequente nas mulheres. No entanto, na velhice o desgaste da musculatura da região é maior e pode haver também contrações “fora de hora” da bexiga, o que favorece o aparecimento do problema no homem idoso. Mas é preciso deixar claro que o descontrole miccional NÃO é normal!
Muitas pessoas pensam que a incontinência é um processo natural do envelhecimento masculino e por isso não buscam ajuda médica, o que é um grande equívoco! A maioria dos casos tratados apresenta índices de sucesso muito positivos. A falta de tratamento, pelo contrário, provoca, além de desconforto e assaduras, depressão, vergonha e isolamento social, o que pode interferir negativamente na saúde do homem como um todo. Portanto, desde gotas de urina na cueca até a perda de todo o conteúdo da bexiga (obrigando o idoso a utilizar forro e/ou fralda) devem SEMPRE ser avaliadas pelo urologista e tratadas.
A incontinência pode se desenvolver por dois processos:
– contração involuntária da bexiga, provocando uma vontade urgente de urinar;
– fraqueza ou paralisia do esfíncter (músculo que funciona como uma válvula para a contenção da urina), fazendo com que o indivíduo perca urina em situações de esforço, como espirrar, tossir, subir uma escada, etc.
A alteração no esfíncter é mais comum nas mulheres, pois a próstata, presente nos homens, é um fator de contenção natural e auxilia a “segurar o xixi”. Por isso, em geral, a incontinência esfincteriana ocorre em homens com doenças neurológicas que afetam o músculo ou naqueles submetidos a cirurgias na região, como a prostatectomia radical (cirurgia para a retirada da próstata por causa de câncer). A perda urinária após a prostatectomia radical é comum nos primeiros meses subsequentes à cirurgia e tende a melhorar com o tempo. Caso a incontinência permaneça depois de um ano da cirurgia, a implantação de um esfíncter urinário artificial soluciona o problema.
Esfíncter Urinário Artificial
A incontinência masculina também pode estar relacionada a doenças que comprimem a bexiga, obesidade, tumores malignos ou benignos e tosse crônica em fumantes.
Para o diagnóstico, o médico solicitará alguns exames. De acordo com os relatos do paciente, deve-se correlacionar o tipo de perda urinária com os exames necessários.
Nos casos de incontinência urinária de origem neurológica (derrame, trauma de coluna, Parkinson, entre outros), o tratamento com medicações pode obter bons resultados. Uma opção recente e muito eficaz em casos resistentes aos medicamentos é a utilização da toxina botulínica (Botox®), injetada dentro da bexiga.
Em pacientes com lesão esfincteriana, seja por causa neurológica ou cirúrgica, o uso de medicações não apresenta resultados animadores, visto que o problema não está na contração “fora de hora” da bexiga, mas sim no enfraquecimento do mecanismo de contenção da urina. Esses casos são mais complexos e difíceis de tratar. O método de tratamento dependerá da causa e inclui fisioterapia e colocação de mecanismos obstrutivos (slings, constritores e esfíncteres artificiais). Nos casos leves, a fisioterapia voltada para a região tem alcançado melhora importante.
Independentemente da causa e tipo de incontinência, nenhum homem está psicologicamente preparado para este tipo de problema, em qualquer faixa etária! A perda de urina implicará numa piora da qualidade de vida, afetando as relações sociais. Os idosos que estão no mercado de trabalho acabam se afastando das atividades profissionais por vergonha ou medo da perda involuntária de urina. No âmbito sexual, a incontinência pode representar um grande entrave. Na esfera familiar, pode haver exclusão pelos próprios familiares. Por isso, a incontinência urinária é uma condição frequentemente associada a elevados índices de depressão. Dessa forma, o acompanhamento médico e tratamento adequado são fundamentais!
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