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Reposição de testosterona: quando ela é necessária?

Com o aumento da expectativa de vida, passamos a sofrer com o declínio dos hormônios masculinos, como a testosterona. O problema afeta o cérebro, os músculos, o fígado, a pele, os ossos, o sistema cardiovascular, as glândulas adrenal e próstata, o pênis e os testículos.

Essa redução é popularmente conhecida como andropausa (em alusão às mudanças hormonais femininas), mas o termo é biologicamente incorreto. As denominações apropriadas para esse processo são Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino (DAEM) ou Hipogonadismo de Início Tardio (HIT).

A testosterona é um hormônio que possui várias funções, entre elas a definição das características masculinas e a função sexual. Com o envelhecimento, os níveis séricos desse hormônio declinam de forma progressiva. Cerca de 8% dos homens entre 40 a 49 anos apresentam níveis de testosterona abaixo do normal, mas essa incidência vai subindo de forma explícita com o passar dos anos (veja no gráfico), atingindo 49% dos homens com mais de 80 anos.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2019, a expectativa do homem brasileiro é de 76,6 anos. Esse número indica que o DAEM pode afetar negativamente uma grande parcela da população, caracterizando:

– redução do desejo sexual, da qualidade e frequência das ereções, principalmente noturnas;

– alterações no humor, com diminuição da atividade intelectual, funções cognitivas e orientação espacial, fadiga, depressão e irritabilidade;

– distúrbios do sono;

– redução da massa magra, com perda de volume e da força muscular;

– aumento da gordura visceral (conhecida como “barriga de cerveja”, é a gordura localizada na região profunda do abdômen, que reveste diversos órgãos e é mais nociva ao homem);

– alterações na pele e perda de pelos;

– osteopenia e osteoporose, elevando o risco de fraturas ósseas.

Para diagnosticar o DAEM, além de verificar as alterações descritas acima (história clínica do paciente), solicitamos a avaliação laboratorial. A dosagem sérica da testosterona deve ser realizada durante o período da manhã. Se o resultado obtido estiver no limite inferior da normalidade ou abaixo, devemos repetir os exames, juntamente com a avaliação da testosterona livre e LH.

Se o diagnóstico for confirmado, o paciente deverá fazer terapia de reposição hormonal. Atualmente, há três tipos de reposição: forma oral (não mais utilizada devido aos efeitos colaterais), intramuscular (injetável) e transdérmica. A testosterona injetável de aplicação trimestral é prática para o paciente, por isso facilita a adesão ao tratamento. A transdérmica está disponível em forma de gel, que pode ser utilizada nos ombros, braços e abdômen. As duas formas de tratamento apresentam a mesma eficácia e, portanto, a escolha deve ser feita em comum acordo com o paciente.

 

Benefícios da reposição hormonal

A melhora na qualidade de vida do paciente é observada com a terapia de reposição hormonal, com benefícios na função sexual (desejo e ereção); aumento da saúde muscular e óssea; redução da glicose em jejum, colesterol ruim e triglicérides, favorecendo a saúde cardiovascular; benefícios no estado de ânimo (depressão) e cognição. Assim, a reposição pode também favorecer a expectativa de vida do homem: estudos apontam que a mortalidade global é maior em homens com baixos níveis de testosterona.

Entretanto, há contraindicação em casos de cânceres de próstata e mama ativos. Outras patologias devem ser observadas pelo urologista antes da prescrição hormonal, como apneia do sono, doença cardíaca severa e alteração no fluxo urinário. Nesses casos, é necessário tratá-las primeiro e/ou avaliar riscos versus benefícios da reposição de testosterona frente a cada doença.

O acompanhamento contínuo do paciente em tratamento é essencial. Antes do início da reposição, o homem será submetido ao teste de PSA e toque retal, que devem ser repetidos a cada três meses no primeiro ano de terapia hormonal. Após esse período, o homem pode voltar às consultas anuais. A densitometria óssea e o hematócrito seriado são outros exames interessantes no seguimento dos pacientes.

O envelhecimento é inevitável e os efeitos do DAEM no idoso estão diretamente relacionados à redução da qualidade de vida e do nível da atividade física e cognitiva. Por isso, o diagnóstico correto para a decisão terapêutica e acompanhamento do homem durante o tratamento são fundamentais para garantir a longevidade com saúde física e emocional.

Aqui em Bauru, tenho muitos pacientes que vêm se beneficiando da reposição. Mas reforço que o tratamento deve ser individualizado e analisado pelo seu urologista.

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